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Envelhecimento Ativo

        Acompanhou-se nos últimos anos um aumento gradativo da população idosa no Brasil, bem como da sua expectativa de vida. Estima-se que 2020 o Brasil seja o sexto país no mundo em número de idoso e a expectativa de vida desta população ultrapasse os 78 anos.

        Cabe salientar que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento, porém há uma preocupação com alguns fatores que ameaçam a qualidade dessa longevidade, como doenças que reduzem a independência e funcionalidade do idoso, além da perda da rede social e familiar.

        Como o envelhecimento é inerente ao ser humano, deve-se torná-lo uma experiência positiva com oportunidades contínuas em saúde, participação e segurança, tripé importante nesta fase da vida.

       O envelhecimento ativo é um meio de oportunizar que esse tripé, saúde, participação e segurança, aconteça com um objetivo maior de melhorar sempre a qualidade de vida, permitindo que as pessoas percebam seu potencial para bem estar físico, mental e social.

        Algumas doenças são comuns nessa faixa etária e podem reduzir níveis de autonomia e independência dos idosos, como: cardiopatias, hipertensão, derrame, diabetes, câncer, artrites, artroses, doenças mentais como Alzheimer e outras demências.

        A participação em exercícios físicos regulares e moderados podem retardar os declínios funcionais, além de reduzir o aparecimento de certas doenças. Quando o idoso participa de programas de exercícios físicos pode reduzir em torno de 25% as cardiopatias já diagnosticadas. Ainda pode proporcionar melhoras na saúde mental e consequentemente promover contatos sociais. Além disso, tem efeito terapêutico em certas demências, como Alzheimer, pois retarda os declínios na aptidão motora e cognitiva, comuns neste tipo de doença.

        O exercício físico em geral torna-se um fator de proteção para saúde, pois seus benefícios atuam nos aspetos físicos, psicológicos e sociais. A recomendação que o idoso participe de pelo menos 150min semanais de atividades moderadas, como exercícios de resistência muscular, caminhadas, exercícios funcionais, alongamentos e atividades recreativas como danças, jardinagem, trabalhos manuais. Esses exercícios devem ser acompanhados e orientados por um profissional de educação física.

        Caminhadas e exercícios aeróbicos agem diretamente no sistema cardiopulmonar do idoso, proporcionando um melhor funcionamento do coração e todo sistema circulatório e respiratório. Já os exercícios de resistência muscular aumentam a força e resistência dos músculos reduzindo número de quedas e fraturas comum nessa faixa etária. Os exercícios funcionais são específicos para manter níveis de independência diante das atividades básicas de vida e os alongamentos produzem maior amplitude articular.

A alimentação saudável do paciente com câncer

Entenda os principais cuidados que essas pessoas precisam ter, desvende mitos

Dentro dos quatro cantos do mundo ouve-se comentários diversos sobre os cuidados da alimentação no paciente com câncer. Apesar das controvérsias, estes cuidados devem existir e já são um fato consumado.

Sabe-se, por exemplo, que determinados tipos de câncer levam a alterações metabólicas que aumentam muito o gasto energético do organismo, levando o paciente à perda de peso progressiva e deixando o seu equilíbrio nutricional ainda mais vulnerável. Por isso é sempre importante um cálculo correto do total calórico a ser ingerido no dia a dia do paciente oncológico, a fim de compensar este gasto calórico extra causado pela doença e evitando assim uma desnutrição acelerada.

É sempre interessante utilizar alimentos com alta densidade energética, ou seja, aqueles com alto valor calórico e nutricional mesmo em pequenos volumes, como azeite extravirgem, oleaginosas e suplementos alimentares específicos.

Outra questão a ser avaliada são os efeitos colaterais secundários às frequentes sessões de quimioterapia ou radioterapia às quais os pacientes oncológicos são submetidos. Alguns efeitos frequentes são: enjoos, vômitos, perda do apetite e dificuldade para mastigar e engolir os alimentos, principalmente após radioterapias em regiões que afetam boca e esôfago.  Muitas vezes a maneira como o alimento é preparado deverá ser modificada para facilitar a mastigação e a deglutição, como preparações mais pastosas, temperatura adequada e evitar condimentos irritantes da mucosa do esofágica e gástrica.

 É prudente evitar os alimentos industrializados como enlatados e embutidos e as frutas, verduras e legumes contaminados por agrotóxicos, preferindo as versões orgânicas. Isto porque eles possuem produtos químicos como agrotóxicos, bisfenol A (usado na indústria dos plásticos), alguns edulcorantes, conservantes, metais tóxicos (arsênico, chumbo, mercúrio, alumínio) e estas substâncias vêm sendo estudadas como potenciais promotores de alguns tipos de câncer.

Muitos estudos têm observado que vários compostos chamados de bioativos (polifenóis, flavonóides, carotenóides, glicosinolatos) encontrados em alimentos vegetais como hortaliças, legumes, verduras, frutas, cereais integrais e sementes têm um efeito protetor (diminuidor do risco) contra alguns tipos de câncer.

Mesmo que o indivíduo já tenha desenvolvido o câncer e esteja em tratamento do mesmo é importante encorajar o paciente oncológico a ter uma alimentação mais rica nestes compostos a fim de diminuir o risco de uma recidiva ou aumentar sua sobrevida.  Estes compostos bioativos estão presentes nos pigmentos que dão cor aos vegetais, por isso quanto mais cores diferentes (laranja, verde, amarelo, roxo, vermelho) estiverem presente na alimentação diária do paciente, mais benefícios serão alcançados. Invista em saladas bem coloridas pelo menos duas vezes ao dia.

O poder da água termal

Você já ouviu falar de água termal? É provável que não porque ela é pouco difundida no Brasil, apesar dos benefícios que proporciona à pele e à saúde. Por isso, consultamos especialistas em busca de informações que desvendem os seus segredos. Confira:

Origens e diferenças

Assim como o líquido que bebemos para matar a sede, a água termal é extraída de uma fonte. Mas as semelhanças acabam por aí. Sua temperatura natural varia entre 36° C e 50° C e ela é rica em enxofre, cálcio e magnésio, entre outras substâncias com propriedades calmantes e hidratantes.

Pelo fato de ser inócua e estéril, não oferece riscos ao corpo humano, inclusive em contato com os olhos, mucosas e regiões íntimas. Pode também ser usada com frequência, sem nenhum tipo de restrição: basta aplicá-la sobre a área desejada, deixar secar – para que haja a absorção – e pronto!

Proteja e hidrate

A água termal é ideal para refrescar e hidratar o corpo todo – sobretudo o rosto, o pescoço e o colo, áreas mais expostas. Pode também ser usada para aliviar a sensação de ardor causada pela depilação ou pela exposição exagerada ao sol. “Sua utilização é recomendada até em casos de assadura em bebês”, ressalta Helua Mussa Gazi, dermatologista e diretora da Clínica Belle Santé.

A substituição de cosméticos, como cremes hidratantes tradicionais, é um diferencial a mais. Seus efeitos são parecidos aos do primer, uma vez que corrige pequenas imperfeições, fecha os poros e diminui a oleosidade, criando condições para uma boa maquiagem. Ao terminar, borrife novamente o produto para uma fixação mais eficiente e duradoura.

Tratamento de doenças

Márcia Grieco, dermatologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconselos, ressalta também a função complementar a tratamentos médicos – sem substituir medicamentos prescritos. Um dos poderes mais lembrados, por exemplo, é o de ajudar no combate a problemas dermatológicos, como coceiras e alergias, principalmente por causa das substâncias encontradas em sua composição química.

Mas há também quem a use como acelerador da cicatrização e para aliviar eventuais irritações causadas por intervenções clínicas, como procedimentos com laser. Nesses casos, o médico poderá receitar uma variante complementada com mais elementos, a exemplo do silício e do lítio, que auxiliam no cuidado de pele ressecada, dermatite atópica (doença crônica que causa coceira e erupções), psoríase (doença crônica que provoca lesões avermelhadas e descamativas) e dermatite de contato (reações alérgicas ou inflamatórias).

Existem ainda as variantes carbonada (indicada para o controle da gastrite), carbogasosa (de capacidade diurética, ideal para problemas nos rins) e ferruginosa (aplicada no tratamento da anemia). Mas fique atenta à advertência de Helua: essas opções não podem ser consumidas livremente, pois é necessário o acompanhamento e a prescrição de um especialista.

Cozinha sem mistério: crie suas saladas!

A salada, tema desta matéria na série Cozinha sem segredos, deixa de ser apenas uma entradinha e assume o papel de prato principal. Apesar da simplicidade, existem dicas que deixam a opção mais elaborada e especial. E o melhor, você vai agradar a todos.

Para ensinar os truques, consultamos a chef de cozinha Luiza Zaidan e perguntamos o que a secretária Lucy Gissoni faz para que o marido e os dois filhos amem uma saladinha.

Antes de levar à mesa

Sempre escolha produtos com boa aparência, selecione as folhas mais verdes, e evite manchas e deformações em tomates, cenouras, beterrabas e outros itens.

Em seguida, higienize o que for usar – essa etapa costuma ser mais demorada, que tal agilizá-la? “Eu deixo de molho por 10 minutos com um higienizador bactericida que pode ser encontrado no mercado e em farmácias. Quando não tenho, uso vinagre”, diz Luiza.

Lucy, prefere ter o cuidado assim que chega da feira. Ela coloca as folhas na pia e lava uma por uma. Como compra produtos orgânicos, não se preocupa tanto com o enxague, o que facilita a remover agrotóxicos. “Fica mais fácil manter lavado para toda a semana”, afirma.

Muita gente não sabe, mas é fundamental secar as folhas, para que não murchem. Uma alternativa é usar uma centrífuga específica. “Ela remove a água rapidamente para levar à mesa ou à geladeira”, afirma Lucy.

Misture ingredientes
Combinar a alface com hortaliças mais ardidas dá um toque especial. Lucy, por exemplo, prefere alface roxa e serve com agrião ou rúcula. Seu marido também adora o amargo do radicchio. “Fica uma delícia com o doce do tomate cereja e da cenoura”, conta.
“Digo sempre que a boa salada é quando se mistura tudo o que está disponível. Ela deve ter cor e um molho saboroso, que pode ser caseiro, com azeite, balsâmico, sal e pimenta”, ensina Luiza.
Os formatos de corte também fazem diferença, especialmente para uma aparência mais divertida, que atraia a atenção das crianças. Tiras, cubos e rodelas são mais comuns, mas quem acrescenta fatias de carambolas, lembrando estrelas, surpreende.

Invista em grãos

Para incrementar e dar sabor, acrescente grãos. Eles são ricos em nutrientes e ajudam na digestão. Luiza é fã de grão de bico, cuscuz marroquino, quinoa, lentilhas e arroz selvagem, entre outros.

“Minha nora me disse que é ótimo bater gergelim, farelo de aveia e semente de linhaça. Ela ainda acrescenta proteína texturizada de soja para ficar crocante”, diz Lucy.

O sabor dos temperos

Seja criativa e varie entre vinagres de vinho tinto, vinho branco e balsâmico. O azeite extra virgem é um clássico, mas inove misturando um pouco de mostarda ou de pimenta do reino. “A medida certa é não ensopar”, ensina Luiza.

Experimente e aproveite

Veja duas sugestões muito gostosas e fáceis de preparar.

Salada de figoSalada de Figo

Ingredientes

– 1/2 caixa de figo
– 100 g de presunto cru fatiado
– 1/8 de maço de alface americana
– 1/8 de maço alface roxa
– 1/8 de maço de rúcula
– ½ xícara de chá de azeite
– 1 colheres de sopa de mostarda
– 2 colheres de sopa de mel
– Sal e pimenta
– Óleo para untar

Modo de preparo:

1. Descasque o figo. Unte uma forma redonda com óleo e preencha com os figos. Cuidado para não deixar buracos. Leve à geladeira por pelo menos duas horas.
2. Lave e higienize.
3. Para o molho, misture bem o mel, mostarda e o azeite, tempere com sal e pimenta.
4. Para montar, desenforme o figo no meio do prato e distribua as folhas em volta.
5. Faça rolinhos com o presunto cru e distribua-o pelo prato.
6. Regue com o molho e sirva.

Salada que vale por uma refeição

Ingredientes:

– Ovo cozido
– Alface
– Cenoura
– Tomate cereja
– Agrião
– 1 lata de atum
– Palmito
– Crouton ou torrada picada
– Azeite
– Vinagre balsâmico
– Sal e pimenta do reino

Modo de preparo:

Junte todos os ingredientes e tempere a gosto. Espere o ovo esfriar para não murchar a salada. Também é bom colocar a torrada depois do tempero para continuar crocante.

Não exagere no sal

O sal de cozinha dá mais gosto às comidas, função muito valorizada por nós brasileiros. Temperamos a salada, o arroz com feijão, o churrasco e muitos outros alimentos com ele, seja em casa ou na rua. Mas o que deveria ser um complemento, acaba se transformando em um inimigo da saúde quando exageramos.

E isso acontece, muitas vezes, sem que nos demos conta porque esse condimento tão presente em nossas vidas tem 40% de sódio em sua composição. Essa substância, que equilibra e regula a distribuição de líquidos no organismo, é usada na maioria dos produtos processados vendidos nas prateleiras dos supermercados.

Em novembro passado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou o quarto pacto de redução com a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentação (Abia), prova de que o tema é levado a sério pelo governo e pelas empresas fabricantes, acrescentando os embutidos (empanados, hambúrgueres, linguiças, salsichas, mortadela e presuntos), os laticínios (requeijão e queijo muçarela) e as sopas prontas às 16 categorias já incluídas na parceria.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um consumo máximo de 2 g de sódio por pessoa ao dia (o que equivale a 5 g de sal), mas a média de ingestão por pessoa, no Brasil, equivale ao dobro deste limite. “Quem estiver com níveis elevados pode desenvolver pressão alta, fator que aumenta o risco de doenças cardíacas e derrames, as duas principais causas de morte e incapacidade no mundo”, alerta Daniela Cierro, nutricionista membro da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran).

Mude temperos e alimentos

O mais importante é usar a criatividade. Com algumas mudanças simples, você continuará preparando pratos deliciosos e com gosto que todos vão elogiar.

Comece provando as receitas durante o preparo, para evitar o abuso, e não dose por pitada, preferindo a colher de chá como medidor. E não se esqueça de retirar o saleiro da mesa para evitar excessos.

Deixe sua receita ainda mais saborosa acrescentando produtos especiais de Knorr

“Outra opção é trocar por ervas frescas, como manjericão, coentro, salsinha, cebolinha e orégano, além de azeite e limão, que dão um toque muito especial.

Em complemento, sugiro a escolha de opções que, por si só, têm menos teor de sódio, a exemplo do arroz integral, em comparação com o branco”, explica Fernanda Molina, nutricionista funcional.

A especialista observa que o cuidado deve ser redobrado com as crianças. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 6% dos pequenos são hipertensos no País, em grande causa por causa de maus hábitos alimentares.

“Bolachas recheadas, fast food, macarrão instantâneo, refrigerantes e sucos artificiais, light, zero e diet têm concentração elevada”, avisa. Outros vilões são o biscoito de polvilho e salgados, massas alimentícias e queijos parmesão e prato.

Atenção no mercado

Nas compras, não deixe de ler os rótulos para comparar – considere a possibilidade de pagar um pouco mais para ter uma dispensa mais equilibrada. Até mesmo águas minerais, por exemplo, apresentam quantidades diferentes de sódio em sua composição.

Por isso, vale a máxima de não se precipitar e nem atender sempre aos pedidos dos filhos, mesmo que tenha que lidar com birras e manhas. Invista em refeições nutritivas e divertidas e explique a importância desse gesto para o bem-estar de todos em casa e proponha .

Para não correr riscos desnecessários, tenha em mente ainda outras medidas que fazem a diferença, como moderar o uso de conservas, evite carnes salgadas (bacalhau, carne seca e defumados) e fazer da seção de frutas, verduras e legumes a sua preferida. Afinal, alimentos frescos têm menos sal e são ingredientes essenciais para uma dieta saudável.

Mitos e verdades sobre o Câncer de Mama

A luta contra o câncer de mama mobiliza muitas pessoas em todo o mundo. Apesar de ele ser é mais comum entre o público feminino, e o acesso à informação é a principal arma para a prevenção. Mas será que se pode confiar em tudo o que lemos e ouvimos?

Para desmistificar mitos e reforçar as verdades em torno da doença, o médico Guilherme Novita Garcia, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, esclarece tópicos que geralmente são muito questionados pela população.

O câncer de mama é mais comum entre as pessoas obesas.

Depende. O peso elevado pode ter influência de acordo com o estado hormonal da mulher (antes ou depois da menopausa). Isso porque, após a menopausa, existe a possibilidade de o tecido gorduroso atuar em dois hormônios, ou seja, transformando o androstenidiona – produzido na glândula suprarrenal – em estrona. E, quanto maior o nível de estrona, maior o risco de câncer de mama. Por isso, de certa forma, a perda de peso apresenta um efeito protetor. “Antes da menopausa, no entanto, a obesidade não é prejudicial e pode, inclusive, diminuir os riscos”, explica Guilherme.

A prática de exercícios físicos diminui o risco de câncer de mama.

Controverso. Trata-se de uma variável pouco estudada em relação ao risco de desenvolver essa doença. Algumas pesquisas sugerem que a prática de exercícios de quatro a sete horas por semana pode reduzir em até 20% o aparecimento de neoplasia (proliferação anormal do tecido celular que pode ocasionar o câncer) nas mamas, independentemente do estado menopausal. Entretanto, outros estudos concluíram que a ocorrência do efeito protetor varia conforme o tipo e a frequência da atividade física e de acordo com o estado menopausal da mulher, podendo, em certos casos, não existir. “Em geral, o nível de evidências e conclusões desses estudos é frágil, e a prática de exercícios físicos – assim como os fatores relacionados ao controle de peso e a dietas alimentares – deve ser orientada mais para melhorar a qualidade de vida geral das mulheres”, ressalta o médico.

O consumo de vitamina D diminui o risco de câncer de mama.

Controverso. Pesquisas sugerem que o nível elevado dessa vitamina reduz as chances de um tumor de mama se desenvolver; porém, o seu real impacto na incidência é desconhecido devido à limitação dos estudos. “Aparentemente, existe a possibilidade de redução do risco, mas algumas questões influenciadoras, como a dosagem ideal, a idade, o estado menopausal e os tipos tumorais, ainda permanecem sem definição”, salienta.

Alimentos à base de soja ou suplementos com isoflavona (substância presente na soja) diminuem o risco de câncer de mama.

Mito. Altos níveis de isoflavanoides estão associados ao baixo risco para o desenvolvimento do câncer de mama; porém, o efeito ocorre apenas para quem teve uma alimentação à base de soja desde a primeira infância. Esse estudo foi feito em mulheres que vivem em regiões rurais do Japão, em que a alimentação inclui grande quantidade de soja. “Essas populações, no entanto, também têm outros comportamentos que podem influenciar no efeito protetor, tais como a gestação em idade precoce e a maior quantidade de filhos. Portanto, fica difícil concluir qual o real impacto desse nutriente na redução do câncer”, aponta.

O uso de desodorantes e outros cosméticos nas axilas aumenta o risco de câncer de mama.

Mito. Pesquisas consistentes concluíram que o uso de cosméticos não alteram a incidência de tumores mamários, mesmo com a grande concentração de glândulas na região das axilas.

O consumo de bebidas alcoólicas aumenta o risco de câncer de mama.

Verdade. A principal hipótese da evidência é o efeito carcinogênico (que tende a produzir câncer) do álcool, mesmo com a presença de outras teorias que também sugerem interferência no metabolismo do estrogênio (hormônio feminino).

O uso de ácido acetilsalicílico e de outros anti-inflamatórios diminui o risco de câncer de mama.

Mito. Trata-se de um estudo ainda em desenvolvimento e que já relatou a diminuição da incidência em animais, mas não há até agora qualquer comprovação do benefício para seres humanos.

O consumo de chá verde diminui o risco de câncer de mama.

Mito. O chá verde é um antioxidante com efeitos benéficos na inibição da proliferação celular e está em estudo como protetor para alguns tipos de câncer, inclusive o de mama. Contudo, ainda não há comprovação científica.

Incontinência Urinária tem solução, Sim

A incontinência urinária (perda recorrente e involuntária de urina), não é normal e deve ser acompanhada por médicos e fisioterapeutas. Esse problema, percebido ao rir, tossir, espirrar, correr, levantar peso e até mesmo ao dormir, entre outras situações, atinge mais pessoas idosas, mas surge em qualquer idade e independentemente do gênero.

Apesar de homens também sofrerem desta disfunção, a doença acomete predominantemente o sexo feminino. Levantamentos revelam que 15% das mulheres que menstruam são diagnosticadas, sendo que o número sobe para 40% com a chegada da menopausa.

Segundo Milton Skaff, médico urologista do hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, a queda da qualidade de vida é uma das principais consequências – as pessoas tendem a deixar de lado atividades corriqueiras, como ir ao restaurante, por medo de não conseguir chegar a tempo a um banheiro. “Isso afeta negativamente a qualidade de vida, situação associada, muitas vezes, a um quadro de depressão”, complementa.

A boa notícia é que há cura e ela é possível com fisioterapia e até com exercícios feitos em casa sob orientação médica, como você descobre nesta matéria.

Entenda o que é

A causa é o afrouxamento no chamado assoalho da pelve (ou pélvico), um grupo muscular responsável pelo controle da micção. Há três variações: por esforço (ao rir ou espirrar, por exemplo), por urgência (aparece uma vontade imediata de urinar e a pessoa não consegue chegar ao banheiro) e mista (os dois tipos anteriores juntos).

Motivos mais comuns:

– Obesidade (o sobrepeso impacta no aumento da pressão intra-abdominal);

– Problemas que comprometem a musculatura do assoalho pélvico, como tumores;

– Doença chamada de bexiga hiperativa, isto é, quando ocorrem contrações involuntárias;

– Gravidez porque quanto maior o bebê (acima de 4 kg, o risco é maior), mais peso a grávida carrega, intensificando a carga intra-abdominal, considerado um fator de risco. Na hora do parto, o tempo também pode ser um agravante. “Um trabalho de parto curto e sem intercorrências tem menos possibilidade de desencadear o processo do que um prolongado”, comenta Milton Skaff, destacando que, quanto mais filhos a mulher tiver, maior a probabilidade.

– Esportes de alto impacto (correr e cavalgar, entre outras atividades, eleva chances de surgimento ou agrava a disfunção).

– Roupas apertadas também são vilãs neste caso. Segundo Luni Freire, fisioterapeuta e diretora da Corpus de Lune, clínica especializada em fisioterapia ginecológica, vestimentas justas dificultam a circulação sanguínea e linfática, pois esse aperto na virilha ou no abdômen está associado ao aumento da pressão intra-abdominal, prejudicando o bom funcionamento da bexiga e agravando o quadro.

Quando procurar ajuda

Busque auxílio se tiver sua qualidade de vida prejudicada. “Em casos de maior volume de perda, a roupa até fica molhada, o que gera constrangimento e transtorno. Quando há menos intensidade de fluxo, os sintomas mais comuns são a sensação de umidade e o mau cheiro”, resume Milton. É importante não ter vergonha de comentar com o urologista ou ginecologista que situações como essas aconteceram ou se tornaram frequentes.

Exames no consultório

Antes de saber qual o tratamento ideal, é preciso identificar a gravidade. Para isso, pode ser feito um teste no consultório. Com a bexiga cheia, a paciente contrai o abdômen, como ao tossir, para que uroginecologista, especialista neste caso, faça a sua avaliação.

Outra alternativa é o estudo urodinâmico: injeta-se soro fisiológico na bexiga e faz-se um esforço abdominal para medir o ponto a partir da qual começa a perda de xixi. O teste leva de 15 a 20 minutos, causa incômodo, mas não é dolorido.

Como tratar

Com base nos resultados, o médico orienta as medidas a serem tomadas. Para a incontinência por urgência, podem ser indicadas a fisioterapia e também tratamento medicamentoso.

Já para a eliminação de urina por esforço é revertida com fisioterapia, que estimula a tonificação do assoalho pélvico. “Os exercícios específicos ‘ensinam’ como contrair o abdômen antes de tossir, por exemplo”, explica Cleima Bittelbrunn, fisioterapeuta professora da Faculdade Inspirar ou “por meio de cirurgias atualmente consideradas como minimamente invasivas”, comenta Skaff.

Cleima explica que cinco sessões são suficientes para uma melhora significativa e o começo dos exercícios em casa. Mas esse condicionamento de contração deve ser continuado para que os incômodos não voltem.

E não deixe de se hidratar, embora essa seja a primeira dedução de quem está justamente com dificuldade de “segurar o xixi”. A fisioterapeuta Luni diz que o ideal é beber bastante água.